quarta-feira, 6 de março de 2019

P61 - In Memoriam: Falecimento, no passado dia 3 de Março, do 1.º Sargento João da Costa Rita da CART 2732

Acabou de chegar ao meu conhecimento, via José da Câmara, também este um amigo e camarada de armas dos Açores, combatente na Guiné, a triste notícia do falecimento, no passado dia 3, do "nosso" Primeiro Rita, com quem partilhei imensas horas enquanto estive "impedido" na Secretaria da Companhia e mesmo como Furriel Miliciano.

Apesar de mais velho, e pertencente ao "Quadro Permanente das FA", era um camarada que tudo fazia para nos integrar, respeitando-nos e fazendo-se respeitar. São inúmeros os episódios em que demonstrou estar sempre do lado dos milicianos. 
A sua experiência foi muito importante principalmente para os Furriéis especialistas da Companhia, ajudando-os na parte burocrática, muito mais complexa, por vezes, que a operacional.
Se bem se lembram, a CART 2732 esteve muitas vezes sem Comandante, sendo nestes intervalos os nossos alferes milicianos a assumir o seu comando. Nestas alturas sempre tiveram da parte do 1.º Rita a melhor colaboração e lealdade.

Mansabá, dia de aniversário do Cap Mil Jorge Picado. O 1.º Rita é o primeiro à direita
Foto: Jorge Picado


Com a devida vénia ao jornal Correio dos Açores

Mantive desde sempre contacto com o Chefe Rita, como lhe chamávamos, tendo-o visitado, inclusive, quando em 2006 estive nos Açores. Ainda falei com ele neste Natal de 2018, nada me levando a acreditar que era a última vez que o ouvia dizer: - Então senhor Carlos?

Tinha um sentido de humor apurado. Entre muitas "tiradas", retenho algumas como por exemplo ele ser o único branco nos Açores (era natural da ilha do Faial mas vivia na Terceira), e falar da árvore do macarrão, existente unicamente naquelas ilhas, em contraponto aos imensos arrozais da Guiné. Quando desaparecia algum papel na secretaria, dizia sempre que alguma vaca o tinha comido. Tendo prestado serviço na então Índia Portuguesa, onde foi prisioneiro de guerra, dizia-nos que lá as vacas andavam por tudo quanto era sítio e que ninguém as podia maltratar. Comiam tudo que apanhavam, tal era a fome, incluindo papel.

Ponta Delgada, 21JUL2006. Eu e o 1.º Rita

À sua esposa, filhos, netos e demais familiares, quero deixar, em meu nome pessoal e dos elementos da CART 2732, principalmente dos que mais de perto lidaram com ele, as mais sentidas condolências.

Foi um bom Homem. 
Que descanse em Paz

Carlos Vinhal
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1 comentário:

  1. Acabo de receber a notícia do falecimento de mais um companheiro de armas, com quem privei e foi meu mestre, aquando da minha passagem pela Secretaria do COP6, onde desempenhei funções administrativas, ao serviço do Major Barroso de Moura.
    O sargento Rita instruiu-me quanto ao modo de elaborar uma Ordem de Serviço e outras tarefas inerentes a uma secretaria militar. Era afável, prestável, colaborante, tolerante, amigo e brincalhão. Estas são as qualidades que guardo dele.
    Que a sua alma descanse em paz. Até breve, sargento Rita.
    Inácio Silva

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