quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

P25 - Álbum fotográfico do ex-Alf Mil Alfredo Montezuma e do ex-Fur Mil César Dias do BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71)

Vista aérea da Mansabá

Vista parcial da Tabanca de Mansabá

Vista parcial da Tabanca de Mansabá

Mesquita de Mansabá

Mulheres junto ao fontenário

Vendedores de rua

Vendedores de rua

Azáfama na Tabanca

Coluna auto

Porta D'Armas do Quartel de Mansabá

Interior do aquartelamento

Interior do aquartelamento, imediações da pista de aviação

Aspecto da Enfermaria militar, atingida por fogo IN no dia 12NOV70

Enfiamento da pista de aviação

Helicópteros no ar, Operação em curso

Helicópteros no ar, Operação em curso

Helicópteros no ar, Operação em curso

Peça de Artilharia pronta para o que der e vier


Quem sabe o nome deste abrigo?

Quem sabe o nome deste abrigo?

Quem sabe o nome deste abrigo?

Quem sabe o nome deste abrigo?

Abrigo do Moinho

Metro a metro se foi fazendo a estrada a caminho de Farim

Pessoal civil empregue na obra de prolongamento da estrada alcatroada

Aspecto da frente de trabalho

Destacamento de Madina Fula para apoio aos trabalhos

Coluna auto provavelmente a caminho de Mansoa

Plantação de ananases

Momentos de descontração na Messe de Sargentos.  Sentados: à esquerda o Fur Mil Mec Auto Dias e ao centro o Fur Mil Vinhal. Por de trás do Dias está o Fur Mil Vaguemestre Costa, e por trás deste o Fur Mil Santos. Todos da CART 2732. Por trás do Vinhal dois Furs Mils do Pel Caç Nat 57: ? e Espanhol, tocando gaita. Em cima à esquerda, o Fur Mil César Dias do BCAÇ 2885. O restante pessoal são Furs Mils da 27.ª CComandos

Messe de Sargentos. Em primeiro plano com óculos à ceguinho, o Fur Mil Enf.º Marques (CART 2732), por de trás o Fur Mil Espanhol (Pel Caç Nat 57) e à direita, atrás o Fur Mil César Dias.

Messe de Sargentos. À esquerda o Fur Mil Pilav Galinha Dias, ao centro um camarada da 27.ª CComandos e à direita o Fur Mil César Dias do BCAÇ 2885.  Que os une? São os três naturais de Torres Novas.
Atrás do balcão, o nosso camarada Oliveira, Soldado Condutor Auto da CART 2732, impedido do Bar de Sargentos

O Fur Mil César Dias todo artilhado

Mais um pormenor das obras da construção da estrada Mansabá-Farim

Vista Parcial do Destacamento de Madina Fula

Vista parcial do Destacamento de Madina Fula

Mais uma foto da Enfermaria militar atingida por fogo IN no dia 12NOV70.

Memorial a uma das Unidades que passaram por Mansabá

Fur Mil César Dias

Interior do aquartelamento. Edifício do Posto Civil e bandeira nacional hasteada

Piscina de Mansabá. Quem tomou ali banho?
__________

Nota dos editores

Os nossos agradecimentos aos camaradas ex-Alf Mil Alfredo Montezuma e ex-Fur Mil César Dias do BCAÇ 2885, Mansoa, 1969/71, pela cedência e autorização da publicação destas fotos.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

P24 - In Memoriam: António Vicente Lemos, falecido em Inglaterra em 1998

António Vicente Lemos, um camarada que nos deixou em 1998

1. Em 14 de Novembro de 2010, Carlos Lemos deixou esta mensagem do site Rumo a Fulacunda:

ola meu nome e carlos lemos,
pois gostaria de saber mais sobre o meu falecido pai que lutou na guine, 1970=1972 cart 2732 seu nome (ANTONIO VICENTE LEMOS)
OBRIGADO



2. Na mesma data foi enviada resposta a Carlos Lemos

Caro Carlos
O seu pai foi na verdade nosso camarada na CART 2732. Contudo, porque 40 anos é muito tempo, não me lembro, infelizmente, por não fazer parte do meu Pelotão.
Gostaria de saber quando faleceu o seu pai e se se encontrava na Madeira ou emigrado.
Mande-me uma foto dele da altura em que esteve connosco na Guiné.
Se me der resposta, posso fazer um apelo no Blogue da nossa Companhia para encontrar algum camarada de Pelotão.
O meu endereço ao seu dispor é carlos.vinhal@gmail.com

Receba um abraço e as minhas condolências pela morte de seu pai.
Carlos Vinhal


3. Em 25 de Novembro, recebemos esta mensagem e a foto do nosso camarada

ola sr carlos
espero que venha a receber esta foto pois e uma de poucas que existem,
meu pai e da madeira mas foi para a venezuela nos anos 1981, pois so regressou em 1992 a madeira de novo, e me encontrava na africa do sul
entao nao o vi por muitos anos e acabou de falecer na englaterra 1998, pois nunca tive a oportunidade de ve-lo vivo, agora vivo na englaterra com a minha familia e gostaria de conhecer melhor o meu pai, o mundo da tantas voltas que nos as vezes perdemos nele, e por vezes ate esquecemos as pessoas a quem amamos...
espero que conheca o meu pai
aguardo a sua resposta
carlos lemos



4. Comentário

Pede-se aos camaradas que tenham convivido mais de perto com o Lemos, o favor de nos enviarem textos alusivos para os publicarmos e/ou fazermos chegar a seu filho Carlos.
Pena que estejamos a falar de um camarada que já não está entre nós.

Ao Carlos Lemos, apresentamos nossos sentidos pêsames.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

P23 - As nossas datas (1): Faz hoje 40 anos que tivemos o nosso primeiro morto

No dia 6 de Outubro de 1970, logo pela manhã, morreu o nosso Alf Mil Art.ª José Armando Santos do Couto.

Na missão de reconhecimento do local de onde, no dia anterior, o quartel e povoação de Mansabá tinham sido atacados, os 3.º e 4.º Grupos de Combate da CART 2732, comandados respectivamente pelos Alf Mil Bento e Couto, detectaram algumas minas deixadas pelo IN.

Como o Alf Couto tinha a Especialidade de Minas e Armadilhas, no cumprimento do seu dever, tentou neutralizar uma delas. Algo correu mal, porque ainda chamou pelo seu camarada Bento, no sentido de, por ventura, lhe dar qualquer ajuda. Este nem tempo teve de chegar perto, porque se deu a explosão e a consequente morte do nosso camarada Couto.

Do Alf Couto, os militares do 4.º Pelotão melhor que ninguém poderão falar, mas do eu conheci dele, porque frequentámos juntos o XXXIII Curso de Minas e Armadilhas na Escola Prática de Engenharia de Tancos, era um homem sem jeito para a vida militar, preferindo o convívio dos militares de patente mais baixa, entre os quais se sentiria mais à vontade. Era frequentador assíduo do Bar dos Praças do Casal do Pote, único lugar onde se podia jogar matraquilhos.

Na Guiné era frequente vê-lo junto dos seus militares nos diversos postos de vigilância do aquartelamento.

Paz à sua alma. Honremos a sua memória.

11ABR70 - 3.º Pelotão da CART 2732, comandado pelo Fur Mil Nunes, desfila durante a cerimónia de homenagem à memória do Alf Mil Couto, vítima mortal do rebentamento de uma mina AP em 06OUT70, no Alto de Bissorã.

11OUT70 - Cerimónia militar e religiosa de homenagem à memória do malogrado Alf Mil José Armando Santos do Couto, que contou com a presença da autoridade civil, Homens Grandes da Tabanca e população em geral.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

P22 - António Barreto dá uma chicotada psicológica aos mais Altos Representantes de Portugal

Por Inácio Silva

ANTÓNIO BARRETO*, intelectual e cientista social, autor dos documentários para a RTP, “Um retrato social”, realizados em 2006, encarna, publicamente, em frente dos mais altos responsáveis do país, o sentimento e a mágoa dos ex-combatentes.

Confesso que não sabia que António Barreto era o responsável pela Comissão das Comemorações do 10 de Junho de 2010, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades, mas foi com uma agradável surpresa que ouvi o seu discurso, quase todo virado para os ex-combatentes, preocupado em salientar o facto de não haver vários tipos de combatentes, como alguns pretendem. Existe, apenas, um tipo de combatente: aquele que em nome do seu país, serviu ou serve, em território português, ou no estrangeiro, por mandato do Estado Português. Entenda-se que as ex-colónias, hoje países estrangeiros, eram, na altura da guerra colonial, consideradas terras sob administração portuguesa...

António Barreto proferiu, no meu ponto de vista, o discurso que os ex-combatentes esperavam ouvir, há mais de 40 anos, e que nenhum político ousou dizer, talvez com o receio de ser conotado com uma ou outra força política, por concordância ou discordância da manutenção das guerras do ultramar. O desassombro e a inspiração de António Barreto merece a nossa vénia e o nosso obrigado. Ele soube definir, com tamanha clareza de espírito e evidência o que levou tantos milhares de jovens a deixar as suas terras e as suas famílias, os seus amigos, os seus empregos, para serem levados, sem vontade própria, para terras que desconheciam, sem um “bilhete de passagem” que lhes garantisse o regresso.

A tal dívida de gratidão, tantas vezes proferida por milhares de ex-combatentes e que ventos hostis nunca permitiram que chegasse aos nossos governantes, foi – graças ao António Barreto - insuflada, à força, um a um, nos ouvidos dos governantes ali presentes. A partir de hoje, nenhum deles poderá dizer que desconhece existir uma dívida de gratidão e que ela terá que ser paga, com ou sem existência de crise.

É certo que o País já possui legislação sobre algumas questões que afectavam e afectam os ex-combatentes, relacionadas, justamente, com as situações mais gritantes de injustiça social, tais como, o apoio aos deficientes e aos afectados pelo stress pós traumático, mas no que diz respeito às reformas, muito, há, ainda, que fazer.

António Barreto afirmou que "Portugal não trata bem os seus antigos combatentes, sobreviventes, feridos ou mortos”, reforçando que o “esquecimento e a indiferença são superiores”, sobretudo "por omissão do Estado".

Barreto acusa o Estado de ser pouco "explícito no cumprimento desse dever", avisando que está na altura de "eliminar as diferenças entre bons e maus soldados, entre veteranos de nome e veteranos anónimos, entre recordados e esquecidos".

Um antigo combatente não pode ser tratado de "colonialista", "fascista" ou "revolucionário", mas simplesmente "soldado português",.

O dia 10 de Junho de 2010 fica marcado, também, por ter sido a primeira vez que os antigos combatentes desfilaram na cerimónia militar oficial do Dia de Portugal.

Como ex-combatente, sinto-me profundamente grato pelas palavras de António Barreto, que me tocaram o coração. Um bem-haja.

Inácio Silva
10JUN10

(*) Link para o discurso de António Barreto: http://o-jacaranda.blogspot.com/2010/06/dia-de-portugal-de-camoes-e-das.html